Mitos e verdades sobre aborto de repetição

Dra. Ana Lucia Beltrame, destaca os principais mitos e verdades sobre aborto de repetição.

barriguinha Quando a perda gestacional acontece mais de três vezes consecutivas, é diagnosticado o aborto de repetição, que tem diversas causas e o diagnóstico correto e preciso pode ajudar no tratamento e posterior gravidez.

O sonho da maternidade pode ser um pouco mais desafiador para algumas mulheres.  Aproximadamente 20% das gestações não são evolutivas, ou seja, terminam em abortos nos primeiros três meses de gravidez.  Isso acontece, na grande parte das vezes, devido a alterações cromossômicas fetais, ou seja, a natureza identifica de alguma forma que o bebê tem algum problema e interrompe a gravidez. Por isso os médicos acabam recomendando que só se anuncie a chegada do novo bebe após os três primeiros meses de gestação.

Quando ocorrem mais do que dois abortos consecutivos, uma investigação já merece ser feita. Isso porque os chamados abortamentos de repetição já não podem ser considerados normais.

Existem diversas causas para o aborto de repetição, entre elas alterações cromossômicas, uterinas, imunológicas, hormonais, infecciosas e autoimunes. Dra. Ana Lucia Beltrame, ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana, esclarece as principais dúvidas que podem auxiliar às futuras mamães que decidem procurar ajuda médica para realizar o sonho da maternidade.

Mitos e verdades sobre aborto de repetição

Dra. Ana Lucia alerta ainda para o cuidado e acompanhamento psicológico destes casais. “Apesar de existirem muitos fatores envolvidos nos abortamentos de repetição, infelizmente em 50% das vezes não é possível identificar as causas. Além da investigação detalhada destes pacientes, cabe à equipe médica informá-los das limitações diagnosticas, oferecendo apoio emocional a estes pacientes”.

– Miomas e pólipos no útero podem ser causas de abortos consecutivos. VERDADE ✓

Quando uma mulher é diagnosticada com uma dessas doenças podem sofrer abortos pois elas podem impedir que o embrião se fixe na parede uterina.

– Uma mulher acima de 35 anos tem mais chances de sofrer um aborto? VERDADE ✓

As alterações cromossômicas são mais frequentes quanto maior a idade da mulher, isso porque além da diminuição do numero de óvulos, eles vão perdendo qualidade com o passar do tempo.

– Aborto de repetição não tem tratamento. MITO ✘

Após a realização de exames é possível identificar algumas causas de abortamento de repetição e assim, pensar em opções de tratamento, que podem ir desde o uso de medicação à fertilização in vitro. Podem ser tratadas também algumas alterações anatômicas, hormonais e trombofilias.

– Álcool e fumo em excesso podem dificultar a manutenção da gravidez. VERDADE ✓

Hábitos de vida afetam diretamente a saúde. O abuso de álcool e fumo esta diretamente relacionado com perdas gestacionais, além de complicações na gravidez, como por exemplo, restrição do crescimento fetal

– Os hormônios não são causas de aborto de repetição. MITO ✘

Deficiências na produção de hormônios como progesterona podem levar a dificuldade e até a impossibilidade da mulher manter uma gravidez, pois, para que ela possa engravidar e desenvolver normalmente a gestação é preciso que exista um nível de hormônio suficiente que seja produzido no ovário e estimulado pela placenta.

Outras alterações hormonais como aumento de prolactina, diabetes, alterações nos hormônios tireoidianos e aumento dos hormônios masculinos, podem estar relacionados a abortos de repetição.

Dra.AnaBeltrameDra. Ana Lucia Beltrame

Médica formada pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo. Especializou-se em Ginecologia e Obstetrícia fazendo residência médica no Hospital das Clínicas na Universidade de São Paulo. Realizou sua pós-graduação como mestra em ciências na Universidade de São Paulo, tornando-se especialista na área de Reprodução Humana. Também é especialista em laparoscopia e histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Anualmente participa de congressos internacionais e é Membro da ASRM (American Society for Reproductive Medicine) e da ESHRE (European Society of Human Reproduction and Embriology).

Fonte: Rojas Comunicação

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